E.M. João Bezerra
Dia 5 recebi um nono ano da E.M.João Bezerra em Maricá, pelas mãos de Elza Lopes, Professora de Literatura. O encontro foi tão maravilhoso que na hora dos meninos e meninos irem embora, dei o livro de haicais Arabescos no Vento para cada um. Conversamos sobre a adolescência, suas dores e belezas. Sobre o Porto que irão fazer em Ponta Negra, desprezando as consequências como sempre. Conversamos sobre as mudanças climáticas e eles estão super conscientes. Li poemas do livro Rotas de Fuga e Emaranhados e eles amaram. Quem sabe desse grupo de jovens de 14, 15 anos saiam novas lideranças que sonhem salvar o planeta?
E.M. José Bandeira
É preciso preparar o coração para receber uma turma de E.J.A. A Professora Neudimar trouxe as alunas e o menino Gabriel, todos da E.M. José Bandeira. Eu convidei a Márcia, que mora entre o R.J e Saquarema, especialista em implantar Bibliotecas em muitos lugares do Brasil. Ouvimos muitas histórias, belas e tristes. Muito belo saber que todos amam a escola, os amigos, os Professores. Muito triste saber que não puderam estudar quando crianças, pois tinham que trabalhar. Lemos poemas, comemos, falamos de amor e amizade. Foi muito bom ter aniversariantes no grupo, cantamos parabéns com o bolo trazido pela Professora Neudimar.
E.M. Margarida
Ontem recebi tanto amor das crianças da terceira série da E.M.Margarida. Foi uma chuva de amor capaz de apagar qualquer incêndio! Era uma turma especialíssima e parabenizo demais a escola, aqui de Saquarema. As crianças amaram as minhas brincadeiras poéticas, comeram, primeiro as Professoras serviram, mas a partir da segunda rodada em diante eles se serviam sozinhos. Era lindo ver a concentração deles passando mel ou manteiga no pão. Correram pelo jardim muitas e muitas vezes e finalmente os levei ao segundo andar para verem o mar de cima. Eram muitos e pequenos para irem até o mar. Só agradeço. Há que fazer coisas maravilhosas com as crianças, para que cresçam com esse amor intacto.
CIEP 452 (Itaboraí)
A visita do CIEP 452, de Itaboraí, com 34 alunos e 4 Professoras, foi uma festa. Eram turmas misturadas, do 4° ao 9°. A Professora Ana Luiza Magalhães da Sala de Leitura, era a regente junto com Bianca Marinho, Denise Ramos e a Inspetora Luciana Amorim. A mesa era farta. Fiz 2 bolos e 2 pães recheados com a minha única mão, Vanda fez kibe de abóbora e cachorro quente. Os outros bolos comprei. Logo, na nossa roda de conversa, um aluno falou que a escola precisava melhorar. Falei de duas ou três coisas qu realmente em qualquer escola, precisariam mudar: 1- A campainha estridente entre uma aula e outra, como as de fábrica ou prisão. 2- A arrumação das cadeiras, uma atrás da outra, cada um olhando a nuca do outro. Melhor trabalhar em círculo, olhos nos olhos. 3- A primeira aula poderia começar com um poema ou um mini conto, para acordar a alma. Quando somos tocados por alguma coisa, acordamos. Li Quem Vê Cara não Vê Coração, poemas onde brinco com os ditados populares, alguns poemas do Vira Virou, brincamos de virar e desvirar e um poema de gatos e cachorros. Quase todos tinham um bicho de estimação, então contei que os gatos eram deuses no Egito e malditos na Idade Média. O momento MAR foi o mais esplêndido. Parabéns a Professora Ana Luiza, que desceu com eles e com carinho conseguiu contê-los, sempre sob os olhos e todos respeitaram a fronteira entre a areia e o mar.
E.M. Anizia Rosa
A E.M. Anizia Rosa, que já tem 42 anos chegou com as crianças da 5° série, todo mundo bem feliz, com as Professoras e Monitoras Luciana, Amanda, Karine,Ana Cláudia e Brenda. Chegaram feito passarinhos , lindos, todos me abraçando. Ninguém se sentou no tapete com as almofadas, e eu perguntei: “Ninguém gosta de tapete voador?” E quase todos voaram pro tapete. A mesa do Café estava posta, mas perguntei se antes não queriam correr pelo jardim. Em um segundo voaram todos para o jardim. Hoje fizemos cachorro-quente, quem resiste? E meu pão recheado com muzzarela, bolos, sucos, leite com chocolate. Brincamos com alguns poemas e perguntei se eles sabiam o que era um haicai. Alguns disseram que era uma luta. Expliquei o que era um haicai e li alguns do livro Arabescos no Vento e eles amaram as imagens poéticas. Sorteei livros e eles trouxeram A Teia das Águas que eu e Bia Hetzel escrevemos, para autografar. A última atividade era ir até a praia sem entrar no mar. Foram até a beira, o mar estava calmo. E depois ficamos por ali, eles sentados em grupo na vegetação rasteira de restinga, catando flores e conchas, falando. O ônibus demorou muito a chegar para buscá-los e ninguém quis voltar pra casa. E era fantástico estar entre eles, ouvindo as conversas, conversando também. Às 12h em ponto o ônibus chegou e voltaram para a escola.
E.M. Ronald de Souza
Hoje, 14 de março de 2024, recebi a E.M. Ronald de Souza, 4° série, a primeira do ano dentro do meu projeto Café, Pão e Texto. Adoro essa faixa de idade, entre 9 e 10 anos. São curiosos, ainda se assombram, se divertem com pouca coisa e logo ao chegar, foram brincar de pique no jardim. Ouvi a frase: ” estou me sentindo no céu!!!”. Preparei um café bem lindo. O sucesso é sempre meu pão e hoje junto com um pote de mel com uma colherzinha de madeira que não encosta no pão, de longe o mel escorre. E eles ficaram maravilhados. Como sempre, brincamos de poesia com vários poemas de vários livros. Eles amaram. Juan, meu espanhol, apareceu e todos queriam aprender espanhol com um desejo maior do que o mundo. As crianças ouvem uma língua estrangeira maravilhadas. Poderiam sair do 5° ano falando espanhol fluentemente. Mas só no 6° ano terão inglês. E espanhol? Raríssima a escola pública que oferece espanhol. Uma editora me entregou uma caixa do livro Arabescos no Vento, que já saiu do catálogo e assim, pude dar um livro autografado para cada criança. Quando as crianças vão embora, deixam na casa um rastro luminoso de alegria.
Colégio Estadual Professor Francisco de Paula Achiles
A última Escola deste ano que veio ao Café, Pão e Texto, chegou de S.Gonçalo. O Colégio Estadual Professor Francisco de Paula Achiles. Os alunos eram do 8° ano e as Professoras super amorosas: Kesia, Nelma, Priscila e Sula. Veio na caravana a funcionária de limpeza Rose, que trabalha na Escola desde 1988. É uma Escola bem antiga, dentro de uma Comunidade. Chegaram e foram todos direto para o jardim, estavam soltos, felizes, à vontade. A mesa do café era farta e deixei que se servissem sozinhos. Havia um clima ameno, de profunda amizade entre eles. Apresentei alguns livros novos e abri um grande espaço de fala para eles. Reivindicaram mais espaço de escuta na Escola, menos falta de professores. E demonstraram uma imensa sensibilidade quando apresentei meu livro Perfumes e falaram dos cheiros que amam. Um menino disse que amava o cheiro do mel. E realmente o afeto corria entre eles como um rio de mel. Os que estavam deitados no tapete se aconchegavam uns nos outros. Uma menina disse que sentia o cheiro da morte antes de alguém morrer,mas não conseguia explicar, o que daria um conto, o que me lembra a Blimunda do Memorial do Convento, que via os órgãos das pessoas por dentro quando comia miolo de pão e sabia se iriam morrer. A Escola tem aula de teatro e dança, o que é uma maravilha. Fiz uma dramatização com um menino e uma menina com um poema e todos amaram. Para fechar falamos sobre o tema Felicidade, já que meu novo livro, que fiz com William Amorim, é todo sobre isso e fiquei surpresa com a beleza do que é felicidade para eles. ” um momento”, “algo inesperado”, “estar na casa dos avós” e a mesma menina que falou do cheiro da morte, disse que também conseguia sentir o cheiro de nostalgia quando o momento de felicidade passa. Por fim todos nós fizemos um desejo em pensamento e gritamos o nosso nome para o Universo ouvir. E fomos até o mar. Pude dar um livro Jardins autografado para cada um, pois ganhei uma caixa da minha amada Bia Hetzel, que sobrou da Editora Manati. O Café, Pão e Texto fechou o ano lindamente, trazendo os adolescentes e pré adolescentes, de longe, até a minha casa, para um encontro singular entre a poesia e tantas sensibilidades. Que cada um encontre seus dons e seus caminhos.
E.M. Valtemir J.C.
Amo as Escolas rurais e felizee as que conseguem sobreviver. A E.M.Valtemir J.C, em Ibicuíba , Saquarema é uma delas. Com 300 alunos. E segue muito viva. Vieram apenas 15 alunos, pois nem todos os pais deram a permissão aos seus filhos. Estas crianças da zona rural, que vivem dentro da natureza, eram calmas, no fluxo do vento que acaricia. Como hoje recebi duas visitas que vieram de longe, a Ceci, orientadora pedagógica em Borda da Mata e a Andreia, sua amiga que mora no Rio, pedi que as crianças contassem um pouco do lugar onde vivem e dos animais silvestres que já viram. Antas e cobras. Antas gordas, eles disseram, na beira do rio e cobras venenosas, jararacas e corais. Falaram também dos bois e vacas. Leram meu livro Jardins e fizeram frases lindíssimas associando a felicidade aos jardins. Trouxeram uma apresentação musical do Teia das Águas, meu livro com Bia Hetzel , que pode ser feita no jardim. Ficou divina, num cenário de flores. E li um poema do Balaio de Felicidades, que escrevi com William Amorim , para falarmos sobre as nossas felicidadezinhas. Um aluno disse que a sua maior felicidade seria todo o mundo em paz. E amaram o café da manhã. A escola estava em obras, mas está quase pronta e logo irão refazer a horta e o jardim da escola. Vou passar uma manhã na Escola ainda nesse mês de outubro, pois como já disse, sou apaixonada por escolas rurais. A professora Neudimar e a Diretora Roselene merecem muitos aplausos pelo trabalho maravilhoso que estão fazendo.
E.M. Padre Cipriano Douma
A E.M. Padre Cipriano Douma chegou de longe. De São Gonçalo. Duas horas de viagem até Saquarema. 27 crianças do 5° ano com a Supervisora Pedagógica Kelly, a Professora Marta, os Monitores Yasmin e Marlon e o Motorista Luis. Sou muito apaixonada por crianças desta idade, quase como a minha neta Gabi. A mesa do Café estava pronta e os meus livros escolhidos, ao alcance da mão. Bancos e cadeiras e no centro um tapete grande com almofadas. Todos entraram e se sentaram com muita delicadeza nos bancos e cadeiras. Será que não repararam no tapete? Mas quando eu disse que era um tapete voador, muitas crianças se jogaram nas almofadas. Voaram. Meninas e meninos. Logo foram ao jardim ver as ávores, sentir o cheiro das folhas de cravo e de canela e ver as orquídeas tão esplêndidas, o Samuel Jardineiro como guia. Vieram de um lugar muito árido. Quando voltaram, antes do café, fizemos um exercício de escutar os sons da natureza de olhos fechados: o mar, o vento, os passarinhos. Quando abriram os olhos, falamos sobre a paisagem musical da cidade, com ruídos que ferem. Ruídos agressivos. Eles disseram como era bom ouvir a natureza. Então passamos para o Café da Manhã. A mesa era farta. E com todos sentados nos seus lugares, a dinâmica foi servi-los onde estavam. O meu pão recebeu os elogios mais maravilhosos do mundo! E quando chegamos ao texto, fiz muitas brincadeiras com os poemas. Ao Marlon Monitor pede que falasse o meu poema Banquete, verso por verso, em ritmo de rap e cada verso era repetido pelas crianças. Fizemos um poema sobre o tempo fazendo o barulho de tic-tac com a língua. Brincamos de orquestra noturna com o poema do mesmo nome( estes poemas no livro Caixinha de Música) e enumeramos as brincadeiras que eles brincam, pra ver se estavam no meu livro Brinquedos e Brincadeiras e então brincamos de estátua e foi bom demais. Na última parte do nosso encontro fomos fazer fotos na beira do mar e as crianças trouxeram uma bola de futebol e desceram para jogar com o Marlon. Impossível descrever a alegria reinante nessa manhã de brincadeiras poéticas. Doei 4 livros para a Escola e a Professora Kelly saiu cheia de ideias. E eu fiquei com o coração transbordando de amor.
E. M. Theófilo D’Ávila
A E. M. Theófilo D’Ávila daqui de Saquarema, chegou na minha casa. Eram 30 crianças da 5° série, alegres, comunicativas, participativas. Depois que todos se sentaram, falamos sobre as árvores, suas vidas, sua importância, sobre as águas, sobre o clima. Fizemos um exercício lindo de escutar o mar. Entre começar pelo café da manhã, escolheram primeiro ir ao jardim. Samuel mostrou cada árvore e ficaram maravilhados com a bouganville e foram catando as florezinhas caidas e fazendo pequeninos buquês. Depois do café começamos o texto: lemos poemas, brincamos, falamos de muitas coisas necessárias. No final, no poema Receita de se Olhar no Espelho, todos ficaram em pé, eu era o espelho e depois do último verso, nós todos juntos gritamos nossos nomes. E para a despedida, cada um ficou com um par e a brincadeira era se abraçar. E como sempre, foi uma manhã de muitas felicidades, com a Vice Diretora Camila e as Professoras Patrícia, Laís e Amanda.