CIEP 258 Astrogildo Pereira

Hoje vivi uma experiência magnífica . Recebi um grupo de jovens do Ensino Médio, do CIEP 258 Astrogildo Pereira. São alunos do Ensino Médio Integral. Uma turma experimental, piloto. A escola tem 2 turmas experimentais. Eles têm aulas de filosofia, sociologia, projeto de vida, estudos orientados ( temas para debate). Fizemos o encontro dentro de casa, pois o tempo está chuvoso e frio. Foi ótimo, pois ficou muito íntimo. Eles eram lindíssimos. Comecei falando do Brasil. Do nosso momento. E fomos abrindo para o mundo inteiro. Falei da revolução francesa, da revolução russa, de como as revoluções são sangrentas e matam demais e de como a verdadeira revolução só através da educação. Falamos de arte, de vanguarda, de família. Falamos de ousadia, criatividade. Do perigo que os livros representam, por isso livros são queimados e perseguidos em regimes de terror, de que a biblioteca da escola deveria ser a sua verdadeira casa. Falamos de identidade, genealogia. De como somos nós e os outros. Os que nos antecederam. Li poemas. Fiz exercícios de poesia oralmente com eles. Foi tão bonito e emocionante que preciso me acalmar contando. Eles se apaixonaram pelo meu pão. Prometi fazer uma oficina de pão nas férias com eles. Queriam comprar o meu pão! Depois foram fotografar o jardim. E Nathalia Santos, aluna linda, na hora de ir embora me disse: – Eu esperava outra coisa. Obrigada pela chuva de conhecimento. Minha amada Bruna Pinto, do Clube de Leitura, é professora deles e estava aqui e me prometeu criar um Clube de Leitura com eles. O que estou sentindo é um arco íris por dentro

E.M. Clotilde

Hoje o Café, Pão e Texto recebeu adolescentes da E.M. Clotilde, da sexta, sétima e nona séries. Quando o ônibus encostou na porta da casa, entrei no ônibus e fui ovacionada. Muita emoção. Ter Roseléa Olímpio como aliada é uma dádiva. Cada aluno e aluna me beijava e abraçava com fervor no portão, antes de entrar. Comecei perguntando o que nos difetenciava dos outros animais que dividiam o planeta com a gente. Então falamos do que é humano. E o que podemos fazer para retirar do poço que somos nós a água mais limpa, já que nós humanos trazemos o gene da violência. Falamos da literatura como ferramenta capaz de nos ajudar, nos sensibilizar para o outro, nos ajudar a desenvolver nossa compaixão e empatia. Falamos de todos os sentimentos. Falamos da diferença entre a poesia e a prosa. Eles participaram, falaram, se inquietaram. Li um poema do Carteira de Identidade e pedi para que cada um encontrasse uma palavra que o nomeasse. Até o motorista do ônibus, Sr. Magno participou. Li poemas de amor do Fruta no Ponto. Eles vibraram, ficaram muito muito felizes. Depois de tanta conversa e poesia queriam saber tudo sobre o meu processo de criação. Meu pão foi sucesso mais do que absoluto. O jardim foi sucesso absoluto. Depois de mil fotos e selfies, na hora da partida, eles me pediram um encontro ao contrário: Eles é que vão ler para mim os seus poemas, lá na Sala de Leitura da escola, que leva meu nome. Definitivamente os meus encontros com os adolescentes são o que há de bom na face da Terra.

E.M. Amália da Costa Mello

Hoje, depois de toda a chuva e sudoeste de ontem, pude fazer o encontro do Café, Pão e Texto na varanda. Embora frio, não chovia. A E.M. Amália da Costa Mello veio pelas mãos da Neuzileia Oliveira Santana, de Sampaio Correia e era uma turminha do segundo ano, tão lindos e amorosos, pareciam gatinhos, borboletas, passarinhos. Fizemos muitas brincadeiras com os livros Caixinha de Música, Quem Vê Cara não Vê Coração, Receitas de Olhar, Poemas e Comidinhas. Uma das brincadeiras, depois da leitura de um poema, era que bichinho cada um queria ser. Tigre, águia, sereia… e uma menina disse: princesa! Acordei muito cedo para fazer pão e bolo. Aline De Oliveira Oliveira, um dos meus anjos da guarda, veio me ajudar. A varanda parecia um bosque, cheia de folhas e galhos pelo vendaval de ontem. Havia que varrer e limpar para receber a escola. A alegria das crianças tem todas as cores e sinos. Ganhei tantos beijos e abraços que meu coração está abarrotado.

E. M. Glycério Salles

Uma escola veio de longe: Escola Municipal Glycério Salles, da cidade de Italva. Quase cinco horas de viagem até aqui, para o nosso Café, Pão e Texto. Mas como descrever a magia que se derramou sobre todos nós desde o minuto em que o ônibus encostou em nossa porta? Uma Professora, ao me abraçar na chegada, me diz: – Estamos realizando um desejo antigo. E recebi presentes da roça: doce de figo, geléias, queijos, kibe (Italva é a cidade do kibe!), uma almofada com meus poemas, avental de cozinha, com meus poemas e um cofre de mármore também com meus poemas! Ganhei também uma orquídea. Fizemos brincadeiras com os poemas. Rimos e dividimos a felicidade deste encontro. Alguns alunos disseram alguns poemas de cor. As crianças correram pelo jardim. E arrumamos as mesas pro almoço como se fosse um restaurante! Todos ajudaram, alunos e professores. Vanda Oliveira , Aline De Oliveira Oliveira e Samuel, meus anjos, foram incansáveis. Samuel acendeu o fogão às 7h da manhã e às 12.30 comemos a feijoada mais perfeita do planeta Terra. Éramos 37 pessoas! Servimos canjica de sobremesa. Depois fomos até o mar. Muitos não conheciam o mar! E então, sessão de autógrafos. E beijos. Devo dizer que os alunos eram maravilhosos. Fruto da dedicação de professores maravilhosos. E como hoje contei a história da Sherazade para eles, a minha sensação agora é a de estar voando num tapete voador. Agradeço a presença da Secretária de Educação de Italva Vera Lane Rodrigues e das professoras absolutamente maravilhosas e amorosas: Elane, Marley, Virginia, Eliane, Vivian, Elisângela,Leila, Si Lopes e Jussara. E esse lindo dia ficará guardado para sempre em nossos corações. Juan Arias falou espanhol com as crianças e elas amaram!!! Vamos fazer uma campanha pelo ensino de espanhol nas escolas municipais? Criança adora aprender línguas.

Café, Pão e Texto

Hoje, na mais bela manhã de outono, recebi um grupo de professores de escolas variadas. Vieram de Cachoeira de Macacu. O café da manhã foi incrivel. Éramos mais de trinta pessoas. Fiz, além do pão, um quibe de beringela e bolo, creme de ricota, mel, tomate ralado, chocolate quente, café com leite. Falamos de leitura e eram professoras e professores apaixonados. Uma professora disse: – Só podemos formar um leitor quando somos leitores. Fui apresentando alguns livros e ao chegar no Quem Vê Cara Não Vê Coração, poemas que fiz a partir de ditados populares, uma jovem me disse que os jovens nào conhecem mais os ditados, pois não os ouviram na infância. Entretanto, dizem: – ” É aquele ditado: Mas em seguida não dizem nada! Mas muitos se lembravam de ditados que ouviam da avó, na roça. Alguns eu não conhecia. Com o livro Cinco Sentidos e Outros, fomos buscando os outros sentidos. Intuição, Compaixão e alguém falou Fé. Mas fé como força, chama vital, o que nos move. E de poema em poema, de assunto em assunto, chegamos ao final. Tivemos também um momento de autógrafos e fotografias. Cansada e feliz. Nunca tive tantos encontros maravilhosos na mesma semana! E ainda por cima, junto com a Professora Jaline Silva, veio sua filha Isabelle para me conhecer e trouxe o cartão mais bonito do mundo. E terça feira será a festa de aniversário de um ano da Sala de Leitura que leva meu nome, na E.M.Clotilde, em Sampaio Correia. Haja coração.

E.M. Marcílio Dias

Quando o ônibus que trazia as crianças e jovens da E.M. Marcílio Dias, de São Gonçalo, encostou na porta da casa, a Diretora Cristina Brito me disse: – Quase não pudemos vir. Hoje houve confronto na Comunidade do Salgueiro, com muito tiroteio Mas a escola faz um trabalho lindo com leitura e acho que este grupo que veio ao meu Café, Pão e Texto está salvo. Falamos sobre todos os temas. Violência, tráfico de drogas, identificação dos jovens com os bandidos, poder, corrupção, injustiça social, miséria em todos os seus sentidos. Falamos sobre amor, paz, compaixão, bondade. Falamos sobre o poder da literatura para nos conhecermos, para fazermos as melhores escolhas. Amanda ganhou um Concurso de contos pelo Município e eu li o seu conto, belíssimo. Contei um pouco da minha vida, dos meus caminhos. Das coisas difíceis que tive que enfrentar e como consegui superar. Tomamos café da manhâ juntos. Fomos à praia ver o mar. Antes de ir embora, uma jovem belíssima me pediu: – Diga alguma coisa que eu possa levar para a minha vida. Eu disse. Ganhei um beijo e um abraço de cada um. Agradeço ao Professor José Leonardo ter me dado essa manhã de presente. Agradeço a luz dos olhos da Cristina e Núbia, por lutarem por essas crianças e jovens com tanto amor. Recebi um presente lindo. Um cabide decorado , meus poemas copiados pelos alunos, pendurados no cabide, com fitas e laços. E que eu possa receber belas notícias dessas pessoas tão lindas que vieram aqui. Que elas escapem da armadilha onde estão aprisionadas e possam voar muito alto.

De São Gonçalo para o Café, Pão e texto

Cada encontro do Café, Pão e Texto é único, irrepetível. As professoras de São Gonçalo me trouxeram as mais belas experiências. E a voz de uma adolescente do Ensino Médio, filha de uma professora, desoladora. Seu curriculum não tem literatura, a Biblioteca da Escola é vazia e morta e ninguém da sua sala lê nada. Mas uma professora trabalha com EJA, com jovens infratores e está conseguindo fazer o resgate destes jovens com poesia. Outra professora conta o trabalho de pesquisa que fez para o seu Mestrado ou Doutorado, não sei. Uma roda onde se lia literatura, se pensava, se produzia. De um grupo de quinze, seis morreram porque entraram no tráfico, mas os outros se salvaram. Continuam estudando. Foi muito bom falar, ouvir, trocar tanto. Foi muito bom ler meus poemas, abraçar e ser abraçada. O café estava maravilhoso. A temperatura fantástica e a luz perfeita. Manhã inesquecível.

E. M. Clotilde de Sampaio

Em nosso encontro de hoje, no Café, Pão e Texto, quando recebi a E.M.Clotilde de Sampaio Correia, escola rural, tive uma linda surpresa: todos eram leitores. Pois o critério para a seleção de quem viria era exatamente esse: ser sócio da Sala de Leitura Roseana Murray. Roseléa Olímpio promoveu um Concurso de poesia. Os três vencedores estavam aqui e seus poemas eram lindos. Ganharam um livro autografado de presente: Uma Gata no Coração, Caixinha de Música, Lua Cheia Amarela. Hoje escolhi um caminho diferente para começar o encontro. Falamos de sentimentos. Falamos dos sentimentos bons e dos maus. Enumeramos e demos nome. Falamos de amor, amizade e bondade. E fizemos brincadeiras com meus poemas. E servimos o café da manhã e fomos para o jardim. As crianças eram amorosíssimas. Fui beijada e abraçada um montão de vezes. E tudo era magia . E quase tenho vontade de chorar de tanta beleza.

Café, Pão e Texto

Como se forma um leitor? Hoje tivemos um encontro aqui na Casa Amarela com jovens do nono ano da E.M.Gustavo Campos. Vieram a pé, com a Professora Sa Lima, da Sala de Leitura e o Professor Rafael. Por mim, caminhadas pela cidade deveriam fazer parte da grade. Para fotografar, para olhar e contar depois o que viram. Dos dezoito alunos cinco se disseram leitores. E frequentadores da Sala de Leitura do Gustavo, que é muito boa. E os outros treze? Então algo precisa ser feito com urgência. Esses jovens ano que vem irão para o Ensino Médio. Acordei e antes de tomar café fiz um pão. Um jovem ficou emocionado e me contou que seu avô foi padeiro e fazia uma broa de milho maravilhosa. Falamos sobre tantas coisas. Mas principalmente sobre o quanto temos que melhorar como seres humanos e o quanto e como a literatura pode ajudar.Uma das alunas leitoras contou o seu envolvimento com um romance. Foi muito bom ela ter contado sua própria experiência. Li poemas. Falamos de identidade e desejos. Foi divertido, agradável, instigante. Eles amaram o jardim e não queriam ir embora nunca mais!

E.M. Natércia Rodrigues Rocha

Recebi a E.M.Natércia Rodrigues Rocha, de Itaboraí, para o penúltimo Café, Pão e Texto do ano, pelas mão das professoras Élida, Raquel, Eveline, Geruza e Carmem Valéria. Vieram crianças de várias séries misturadas e deu muito certo! As dinâmicas com os poemas saíram lindas, as crianças eram vivas, maravilhosas. Conversamos sobre muitas coisas, sérias e engraçadas. Com meu livro Colo de Avó, muitos falaram da sua avó e do que ela gostava de fazer. O amor que sentem pela avó transborda. Uma disse que a avó gostava de costurar e li o poema Máquina de Costura. Foi lindo ver como o poema se encaixava na sua avó. Foi lindo ver como dando linha, a pipa da imaginação deles vai muito longe na apreensão do poema. As professoras eram tão amorosas, o encontro foi tão bom, as crianças nunca querendo ir embora, que agora estou em pleno voo.