A Língua Absolvida – Clube de Leitura da Casa Amarela

O encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela se deu num dia de sol e muito calor e no primeiro parágrafo do livro de memória do Elias Canetti, o vermelho é a cor dominante e a língua do menino é quase cortada. Nem sentíamos calor, mergulhamos na beleza do livro, sua infância na Bulgária, numa família de judeus sefaradis que falava LADINO e búlgaro. A Espanha perdida era sempre saudade. Em Ruschuk, a cidade natal banhada pelo Danúbio e atravessada por muitas línguas e culturas, árabes, ciganos, romenos, a família de Elias era como uma cidadela e o pequeno aí pôde ver o cometa Halley. Discutimos as cenas na medida em íamos nos lembrando… a partida para Manchester, a relação de Elias com o pai, que fez sua primeira formação literária. A vasta cultura da mãe. A morte do pai. A relação quase incestuosa, violenta e complicada com a mãe. Elias aprendeu a língua alemã de uma maneira terrível, com a mãe como sua mestra. Mas foi a mãe quem lhe deu os autores mais magníficos, e foi o ciúme de Elias quem impediu a mãe de casar-se. Atravessamos a Primeira Guerra, os ódios familiares, o fim do Império austro-húngaro como pano de fundo até a última página onde Elias parte para Berlim e para o leitor que quiser seguir há a continuação em outros dois livros: Uma luz em meu ouvido e o jogo dos olhos.

Clube de Leitura da Casa Amarela

De dois em dois meses abro as portas da minha casa, desde 2010, para a mais bela comemoração em torno de um livro escolhido por mim. Desta vez lemos HAMNET, de Maggie O’ Farrel. Com os poucos elementos que tinha, Maggie nos traz a mulher de Shakspeare, Agnes, uma mulher selvagem, singular, conhecedora das ervas, curandeira, com todos os instintos afiados. A maestria da autora é imensa, no tempo de duração da leitura, habitamos o coração de Agnes, vivemos sua vida, suas alegrias, seu luto, suas adivinhações, premonições. As relações entre irmãos, mãe e filhas, sogra e nora, são esmiuçadas como quem olhasse com uma lupa, as contas de um colar. O mapa de Londres se desenrola diante de nossos olhos, sob as patas dos cavalos. Shakespeare nunca é nomeado, é aquele que parte para exercer seu dom. Tudo foi discutido pelo grupo dos leitores do Clube de Leitura da Casa Amarela, apaixonadamente. Depois veio a feijoada da Vanda. Eu jamais poderia fazer esse encontro sem a Vanda, sua filha Liliam e Samuel. São meus ajudantes guardiões. Todos brindamos. As taças tilintaram. Sinos pela literatura e pela vida.

Sonhos de Transgressão – Fátima Mernissi

Fiz couscous marroquino, uma referência ao Marrocos. Os outros pratos eram de comida bem brasileira: arroz, feijão mulatinho, carne moída com linguiça em molho de tomate, abóbora e salada verde. Fiz pão. Muitos trouxeram prosecco, pois fazia um calor terrível. Nosso livro, Sonhos de Transgressão, nos levou para o harém, em Fez, no Marrocos, onde nasceu a autora Fatima Mernissi. Na verdade conhecemos dois tipos de harém, um monogâmico, na Medina, na cidade e outro no campo, com várias mulheres e um só marido. Eram os anos quarenta e o Marrocos estava mudando. Uma fatia da sociedade já rejeitava a poligamia como um costume bem atrasado. Fátima Mernissi, coloca a si mesma criança como narradora. Ela e seu primo Samir querem entender aquele mundo. Eles se perguntam e a todas as mulheres, o que é um harém, por que as mulheres não podem sair, porque tantas fronteiras? Não andamos muito pelas ruas da Medina, pois já que as personagens mulheres não podiam sair, ficamos juntos, leitores/as/personagens, no terraço onde se contavam histórias, se desenhava, se fazia teatro, se aprendia a voar. Se aprendia a desejar outras possibilidades de vida. Sonhos de Transgressão. O que faz Fatima Mernissi é exatamente isso: Ela nos coloca lá dentro do harém da cidade, onde todas buscam os momentos mágicos da desobediência, quando se ouve rádio, as cantoras do momento, o que não é permitido. A estadia no harém do campo também é belíssima, sem portões que fechassem o harém, mas com fronteiras respeitadas, apesar de invisíveis. Sabemos que Fatima Mernissi estudou, saiu do harém, cumpriu o sonho de liberdade de sua mãe, de sua avó. Trouxemos para o encontro poemas marroquinos. Nosso leitor francês levou um poema de uma poeta palestina. Os poemas que foram lidos eram muito bons. Para ousar o voo, num momento de opressão, poesia, literatura, música, teatro, arte! Edith Lacerda abriu o encontro contando a história de Sherazade. Edith é contadora de histórias e foi um grande deleite.   PS: Agradecimentos a Vanda Oliveira , Lilia, sua filha, Samuel, nosso jardineiro, por tudo o que fazem para que tudo dê certo, no encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela.

Clube de Leitura da Casa Amarela

Uma vez por ano, no belo mês de dezembro, com os flamboyants floridos, o Clube de Leitura sai da Casa Amarela em caravana e joga as suas âncoras na Quinta da Harmonia, linda Chácara na zona rural de Saquarema, e somos recebidos por dois anfitriões esplêndidos. O livro a ser discutido era A Muralha de Dinah Silveira de Queiroz. A manhã era azul e fresca, um vento-carícia varria a nossa pele na varanda, com a lagoa em nossos olhos e a vegetação luxuriante. O cenário era perfeito. Comecei lendo o primeiro parágrafo e destaquei os meus assombros com o livro: 1- nunca havia lido num romance com escravizados indígenas e negros trabalhando no mesmo lugar, nesse princípio de Brasil. 2- a complexidade dos personagens é um susto. E então passei a palavra, éramos umas vinte e cinco pessoas, e como uma vela que se acende e tremula, iluminando pedaços do aposento, cada participante trouxe a sua própria luz e fomos puxando os inúmeros fios da narrativa. O livro é de uma solidez monumental e de tanta violência e beleza. A “reinol” Cristina parece ser a personagem principal, ou o fio condutor, já que o livro começa e termina com ela, que não cabe em lugar nenhum, como foi dito. Às vezes algumas passagens nos trazem um pouco do onírico de Gabriel Garcia Marquez, às vezes algum eco do Grande Sertão, apesar de Guimarães Rosa o ter publicado depois. As mulheres são de uma força descomunal. O foco passa das mulheres para os homens, da poesia para a brutalidade. O leitor, enredado pela trama, não consegue parar. Aí estão as sementes do Brasil atual. As sementes do capitalismo selvagem e destruidor. Aí está a raíz do nosso racismo estrutural, do abismo social, do genocídio indígena. Aí está o colonizador, na figura de Cristina, com seu ar de superioridade. E as Entradas e Bandeiras, que matavam, estupravam, que em meus livros de escola, eram heróis, viram gente de verdade. Assistimos a Guerra dos Emboabas, com suas emboscadas e traições e na última linha, fechado o livro, entendemos mais o nosso país. O Clube de Leitura da Casa Amarela amou o livro A Muralha, que foi escrito na década de 50 em fascículos antes de virar livro, que foi série da Globo, e que nos emocionou até a medula, neste final de 2023. Um almoço esplêndido nos lembrava os banquetes do livro. E este dia ficará para sempre em nossos corações.

Clube de Leitura da Casa Amarela

Ler O Mundo se Despedaça de Chinua Achebe é fazer uma viagem no tempo até Umuófia, uma Vila Igbo, antes da chegada do branco. Conhecer toda a estrutura econômica (baseada nos inhames), os costumes religiosos, os Deuses, o Chi, que é uma espécie de Deus pessoal, interno de cada um, seria a força de cada um Conhecer no corpo e na alma, é o que a literatura faz. É uma viagem impressionante até o som dos tambores, a força que o clã dá a cada um com sua teia de amizades, famílias, parentescos. Presenciamos as festas de casamento, os banquetes, a saída dos ancestrais cobertos de ráfia, com seus recados severos. Essa sociedade possui uma argamassa feita de memória, de pontes entre os vivos e os mortos, de provérbios e histórias. A magia permeia cada pequeno ato do cotidiano. Não existe nenhuma separação entre o sagrado e o profano. O poder e a força dos homens, o cultivo dos inhames feito por homens, as histórias contadas pelos homens, de guerras e violência e as histórias das mulheres, cheias de humor, imaginação e delicadezas, as plantações de verduras, plantações feminas faz a separação da sociedade entre homens e mulheres, separação absoluta. Como visitante de Umuófia, prefiro ouvir as histórias das mulheres. As leis do clã eram severíssimas e o pior que poderia acontecer era a sua desobediência. As punições eram terríveis, a morte ou o exílio. O Oráculo tinha uma função impressionante e suas falas eram obedecidas. A cena da mulher-oráculo carregando a menina doente nas costas para levá-la até a gruta mágica onde ninguém pode entrar, para curá-la, me leva junto, no escuro da noite. Então entrou o branco colonizador. E despedaçou esse mundo. E Janir, uma das nossas leitoras, disse, com a sua delicadeza de anjo: “Um preto vai ler esse livro como preto. Um branco vai ler esse livro como branco. Felizmente temos pessoas pretas nesse grupo, que não nos deixam esquecer que combater o racismo, a dor diária dessa doença insana, é tarefa diária. Então comemos uma comida bem brasileira, preparada pelas mãos de fada da Vanda: arroz de carreteiro, feijão, couve , batata , e para dar um toque africano, cuscuz marroquino, tudo regado a vinho. E no final bolo Obrigada a cada um dos presentes: Edith, Cristiano, Ana, Jiddu, Delma, Heloísa, as crianças Bia e Maria Rita, Adelaide, Maristela, Janir, Vilma, Christian, Belle, Maria Clara, Gilcilene e Flora. E Samuel e Vanda, meus anjos guardiães.

Clube da Casa Amarela

Uma vez por ano fazemos o encontro do Clube da Casa Amarela na minha casinha branca em Visconde de Mauá, dentro da mata. Lugar perfeito para discutir o livro Escute as Feras de Nastassja Martin. O livro impacta desde o primeiro parágrafo. Uma mulher, antropóloga, tem um encontro quase fatal com um urso. Ele a ataca, desfigura, ela o fere e ele foge. Ela pesquisa os evens, que voltaram para a sua vida original na floresta, depois da queda da União Soviética. Nastassja vive com eles e os ursos assombram os sonhos e o lugar. Onde exatamente fica a fronteira entre o humano e o selvagem? O selvagem do lado de dentro e de fora? Nastassja tem uma escrita limpa, às vezes seca e outras pura poesia. Nastassja nos leva junto na enxurrada da sua dor e seu pensamento. No seu processo de metamorfose. Para os evens, povo originário agora ela é metade-mulher, metade-urso. Nastassja indaga sobre nossas “identidades”. Nastassja renasce depois deste mergulho em profundezas tão abissais. Renascemos juntos. Foram tantas leituras diversas dos que puderam estar aqui! Tantas leituras magníficas. As quatros estações entre o encontro com o urso, a metamorfose e o renascimento. Alguns leitores vieram de longe, de Tel Aviv, S.Paulo, Brasília, Saquarema. Fazia frio, o fogo estalava na lareira, a floresta quase entrava na sala para ouvir. Daria, a personagem “even”, diz que todos ouvem, lá fora, por isso ela fala baixo. Cuscus marroquino com frutas secas, arroz negro com cogumelos e truta desfiada com legumes e um bolo de sobremesa para os aniversariantes e desaniversariantes. Esse foi nosso almoço preparado especialmente pelo Babel para o Clube, com uma focaccia de tomate inesquecível e ganhamos vinhos incríveis dos leitores para brindar. E mais uma vez o Clube pode se tocar, se abraçar fisicamente, até o próximo encontro.

Clube de Leitura da Casa Amarela

Água de Barrela, de Eliana Alves Cruz, foi o livro escolhido e lido e discutido no Clube de Leitura da Casa Amarela. O livro é magnífico e a gente chora e aplaude a força das mulheres nesta genealogia de uma família que começa na África, passa a Escravidão e segue depois da Abolição, o dia seguinte e o dia depois do seguinte até hoje. É a história das famílias pretas, sequestradas, torturadas, dos corpos pretos abusados, aniquilados e das famílias brancas, como pano de fundo da crueldade dos Senhores. É a História do Brasil descortinada. Que já sabemos que continua o seu ciclo de racismo, crueldades, assassinatos. Ao desembarcar dos tumbeiros, negros de várias etnias misturadas, logo perdem o nome e ganham à força um novo nome: são despojados da sua identidade. A Igreja é cúmplice desde o princípio. Eles são convertidos sem possibilidade de escolha. Os Orixás tinham que ser cultuados secretamente. E mesmo na extrema despossessão de tudo, havia alegria nos amores, nos nascimentos, nas festas dos terreiros secretos. O livro consegue nos encher de cheiros, paisagens, sensações de pertencimento. A escrita é maravilhosa. A força de resistência das mulheres negras é monumental. O livro fala de um matriarcado. Os depoimentos foram esplêndidos e o racismo estrutural, que persiste feito doença, vírus quase incurável, foi discutido até o âmago. Discutimos também a mestiçagem, tema complicadíssimo no Brasil, já que a mestiçagem existe porque o corpo da mulher escravizada pertencia ao senhor branco e as jovens negras eram violentadas, e a “barrela” é a metáfora de um desejo de embranquecimento do Brasil e muitas vezes prevalece ainda até dentro de famílias negras. Neste caso embranquecer para ter acesso, passagem. Relembrando Abdias Nascimento, que ao negro liberto havia como único “privilégio” tornar-se branco, seja de dentro para fora ou de fora para dentro, por meio de seu tom de pele mais claro. Mas, a consciência negra emerge cada dia mais forte. A escrita negra cada dia nos oferece novos e belíssimos talentos. Água de Barrela deveria estar no Ensino Médio de todas as Escolas Públicas de todo o país como literatura e complemento aos livros de História. Samuel, nosso jardineiro e anjo da guarda, deu o seu depoimento muito pessoal, como mestiço. E Vanda fez a melhor feijoada do mundo no fogão de lenha e Liliam, sua filha, fez o melhor bolo de chocolate do mundo. Sempre cantamos parabéns para os aniversariantes e os desaniversariantes. Tivemos gente nova entrando no Clube e agora não cabe mais leitores , fisicamente, estamos com um número muito bom de pessoas incríveis. Ao longo de tantos anos de tantos livros lidos, nos tornamos leitores melhores e pessoas melhores. Patrícia Quinteiro, cantora e musicista, que veio de Teresópolis com caixa de som e microfone, deu um show, com direito a canjas e dançamos e nos abraçamos e rimos e celebramos a vida e a literatura com muito vinho e axé.

Encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela

O mundo conhece Frida Kahlo. Ela está no imaginário. Está em objetos, canecas, camisetas, é marca. Seus quadros, sua linguagem tão dela, tão sem etiqueta, flutuam em nosso imaginário como seus vestidos indígenas, seus adereços, seus penteados, seu macaquinho. Sua dor também está em nosso imaginário. Por isso, para mergulharmos em Diego e Frida, lemos o livro Diego e Frida, de Le Clézio. Mergulhamos nesse amor pantagruélico, amor-galáxia, amor-buraco-negro. Diego cobriu espaços imensos com seus murais que contam a história do México, seus murais extremamente povoados de gente. Frida não se pendura em andaimes para pintar. Frida se pendura em sua dor, pinta em sua cama, diante de um espelho, as Fridas múltiplas, a dor indígena. A sua solidão, seus fetos abortados. Com que lentes se pode julgar ou analisar esse amor, esse encontro de uma pomba com um elefante? Le Clézio nos conta essa história imensa, monumental, que vai das revoluções mexicanas às viagens desse casal insólito. Frida entrando em sua grande exposição na cidade do México, em sua própria cama, já tão fraca, na beira da morte, na beira da vida, Frida aclamada, adorada. Penélope Martins era nossa convidada especial. A casa estava cheia de gente linda, de gente apaixonada por livros. Desde 2010 nossos encontros são um espaço de abraços, muitas trocas e amor. Bruna Pinto , nossa leitora, conta que foi ver uma exposição de Frida, no inverno, quando morou em Paris. Durante muitos dias, a fila era tão grande, que ela ia e desistia. Até que resolveu enfrentar a fila. Ela nos disse: – Saí da exposição aos prantos. As dores de Frida são as dores de todas as mulheres.

Clube de Leitura da Casa Amarela

O Clube de Leitura da Casa Amarela, uma vez por ano muda de lugar e vai em Caravana, saindo da minha casa, para a Quinta da Harmonia, lugar belíssimo na zona rural de Saquarema, residência de dois leitores. No dia 14/01 discutimos o livro da Irene Vallejo, O Infinito Em Um Junco. É um livro que está fincado em mim feito selo, tatuagem, marca indelével. Entre ensaio, umas leves pitadas de ficção, biografia, memória, tendo como ponto de partida a Mesopotâmia e a invenção da escrita, sem deixar de falar da oralidade, tem o livro como personagem principal, assim como as bibliotecas. O tempo vai e volta feito as ondas aqui nesse mar. Afinal, ler no kindle é ler num pergaminho digital. O Infinito em um junco me fez sentir a seguinte epifania: faço parte, nós, leitores, pertencemos a esse clã que desde tão longe, lendo, escrevendo, copiando, publicando, às vezes com risco de vida, somos parentes. Todos os leitores desde sempre são parentes. Claro que excluo a escrita e leitura abominável, que existe para aviltar e destruir o humano. Senti esse fluxo, essa corrente, essa torrente, foi como uma iluminação. As falas de todos foram belíssimas e cada leitor acrescentou tanto. Nosso Clube é diverso, é colorido. Evelyn Kligerman , minha irmã, não pode ir, mas escreveu para que eu lesse: “Me abraço nas primeiras palavras, vagueio pelas ruelas e bibliotecas do mundo , E todas as setas indicam o mesmo destino, Destruição, Ressurreição, Destruição, Ressurreição. Só que a palavra oral, escrita, impressa , renasce sempre. Lida, ouvida, queimada, vai brotar apesar de todas as barbáries.” Ler este livro neste momento é imprescindível. É o que diz o texto acima. Nos momentos de terror os livros, mesmo quando queimados, são os pilares do recomeço. Mas também lemos Uma Boneca para Menitinha, da Penélope Martins e Tiago De Melo Andrade , para colocar no Clube uma pitada de maravilhoso. Esse pacto tão possível entre o escritor e o leitor. Se a boneca fala, a criança acredita sem nenhum problema. E nós adultos? Sabemos transitar do imaginário ao real? Quis terminar com uma ida até a infância, logo ali, a lindíssima relação entre avós e netos. O livro dos autores está carregado de símbolos. Fala de amor e perda e reconstrução sempre, que é o leitmotiv da vida.