Ebook – Poemas em Espelho

Baixe gratuitamente o PDF agora
Roseléa Olimpo
Bom dia, amada! Acabei de receber pelo correio uma lindeza de livro: “COM A LUA NOS OLHOS”. Estou apaixonada! O livro começa a nos encantar pela capa, numa textura diferente nos faz senti-la a partir daí. Fiquei acarinhando o livro como se estivesse deitada sobre a areia sentindo com as mãos os seus grãos e admirando a lua. O título é outra lindeza, os diferentes tons de azul parecem piscar como se ela piscasse pra mim ( talvez pisque pra outros leitores também) dizendo : “viaje em mim”! Ao abrir o livro, os comentários (vou chamar assim) de Penélope Martins dizem maravilhas e encantos sobre essa obra de Arte. Tudo verdade e quem te conhece amada (ao vivo e aos abraços, ou através de suas mais de cem obras) sabe que Penélope foi perfeita! Em cada página um suspiro de surpresa, de encantamento , de beleza. As ilustrações de Regina Rennó são “maravilindas”. Duas obras de ARTE perfeitamente fundidas num só olhar de leitora, assim eu as vejo e nelas quero entrar, viajar, contemplar. Obrigadíssima por essa LINDEZA de POESIA! Sei que foi escrita pra todos, mas quando leio e releio sua dedicatória aos netos queridos, leio também: e a Roseléa que ama a poesia, em especial, a minha. ( Quem for seu leitor e quiser, pode ler em seu livro desse jeito também.) Roseléa Olimpo
Clube de Leitura da Casa Amarela
Hoje aconteceu o encontro virtual do Clube de Leitura da Casa Amarela: SUMCHI (AMÓS OZ) E EXERCÍCIOS DE AMOR, (ROSEANA MURRAY) ou DESARMAR O DESAMOR Hoje, dia 18 de abril, do ano de 2020, ano da Pandemia , seria o dia do nosso encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela. E foi. Mas pelo zap. Sem imagem. Mas aconteceu da maneira mais bela. Tinhamos duas horas. Eu cheguei e propus uma organização. Chamaria as pessoas uma por uma e elas gravariam o seu depoimento. Então comentaríamos digitando. Os livros escolhidos para este encontro foram: Exercicios de Amor, de minha autoria e Sumchi do Amós Oz. Começamos com Andressa, que nos saudou com um agradecimento muito emocionado pela existência do Clube. E falou da maravilha que foram estes dois livros de amor numa hora tão dura como esta. Eu e Amós Oz fomos chamados de profetas. Ela disse que sempre sonhou ir a Jerusalém e quase podia tocar em suas pedras. Os comentários continham o mesmo teor de emoção. Jiddu gravou falando o quanto Sumchi trouxe a sua própria infância, ele se viu no menino e seus sonhos de fuga. Cristiano falou que meus contos de tão simples e delicados lhe lembravam os exercícios que Bach fez para sua esposa, exercícios fáceis e singelos. Paula nos enviou de Brasília um texto dizendo o quanto estes livros traziam a memória da sua infância. Mariani nos disse que este tempo que estamos vivendo é o tempo de resgatarmos o que é essencial, já que antes, na vida corrida e barulhenta, não nos escutávamos. Maria Clara destacou no Sumchi a sua bicicleta de menina, embora fosse menino, com a sua cuidadosa e incrivel leitura, como sempre. Ana Cristina leu um trecho do conto Bertha do meu livro e nos deixou maravilhados com a sua leitura. Delma, Maristela, Natally, Ângela, Chico, todos os depoimentos eram emocionantes, emocionados e estávamos todos embarcados na grande Nau do Amor e encharcados com a voz do outro. O Clube hoje, cada um em seu ninho, esteve junto no abraço mais belo de que já tive notícia.
E. M. Barro Branco
Hoje recebi 37 alunos e as Professoras Priscila e Viviane (maravilhosas e amorosíssimas), da E.M.Barro Branco, de Duque de Caxias, no meu projeto Café, Pão e Texto. Eram do quinto ano e simplesmente divinos. Preparei um café da manhã muito caprichado: Cachorro quente com batata palha (politicamente incorreto, mas as crianças amam), os meus pães caseiros, guacamole (que nem quiseram provar), quibe de forno, pasteizinhos de forno, bolo de chocolate, sucos e café com leite. Quando o ônibus encostou eles já haviam viajado por três horas e meia! Antes do café eu os convidei a correr pelo jardim sem sapatos. Depois do café brincamos muito de poesia. Com meu livro Caixinha de Música, que fiz com meu filho Guga Murray e Bom Dia! Dona Maria, Panela no Fogo Barriga Vazia, com as ilustrações do Caó Cruz Alvez. Mostrei a eles como virei personagem no livro. Eles sabiam muitos pregões de cor. Participaram ativamente, os olhos brilhavam, em nossas leituras interativas. Queriam ir ao mar, mas antes fizeram um juramento, que inventei na hora, em uníssono e de pé, pois este mar é realmente perigoso e requer obediência. Era assim: ” Juro, pela beleza do Universo que irei ao mar, mas obedecerei cegamente as minhas professoras, porque o mar é muito perigoso e posso morrer.” Por sorte havia um banco de areia e puderam molhar os pés. Para muitos era o seu primeiro encontro com o mar.
Prof. Dr. Rafael Santana
Habitar os olhos de um gato Rafael Santana – UFRJ […] Viens, mon beau chat, sur mon coeur amoureux; Retiens le griffe de ta patte, Et laisse-moi plonger dan tes beaux yeux, Mêlés de métal et d’agate. […] (Charles Baudelaire) Gato que brincas na rua Como se fosse na cama […] És feliz porque és assim, Todo nada que és é teu. Eu vejo-me e estou sem mim, Conheço-me e não sou eu. (Fernando Pessoa) Habitar os olhos de um gato não é, nunca foi, e jamais será uma experiência da ordem do simplório. Porque para que um ser humano logre viver nos globos oculares de um felino faz-se inicialmente necessário que ele, enquanto sujeito, anele tornar-se agente de perscrutação da sua própria sombra, no intento de vislumbrar, quiçá, a sua claridade interior. Gatos são animais independentes, misteriosos, místicos: luz e trevas que emanam de corpos que se movimentam em ziguezague, lascivos e inebriantes, em estésicas dobras de linguagem. Não é por acaso que eles tanto fascinaram – e não cessam de fascinar – os poetas! Enfrentar os nossos gatos internos é, com efeito, uma tentativa de autoconhecimento que o poema de Fernando Pessoa, inscrito na epígrafe, bem sinaliza. Ou, nas palavras mais contemporâneas de Nise da Silveira, “O gato é um ser essencialmente livre e essa liberdade desafia o homem”. Eis a reflexão de abertura do livro Gatos, publicado a quatro mãos por Roseana Murray e William Amorim pela Editora Viegas, de São Luís do Maranhão, em 2019. Anunciado, pois, o desafio de liberdade expresso na epígrafe de Nise da Silveira, os poemas de Gatos são precedidos ainda de uma belíssima apresentação de Arlete Nogueira da Cruz, que nos dá a ler um texto enxuto e de preciosa seleção vocabular. Dessa apresentação, recorto estrategicamente um sintagma bastante interessante, que a autora utiliza para se referir ao assomo dos felinos aquando do seu desejo de aconchego junto aos homens: aproximação orbital. Elásticos, os gatos achegam-se devagarinho, enroscam-se por entre as nossas pernas, deixam pouco a pouco que toquemos os seus corpos mornos e macios. Magnéticos, os seus olhos de metal e ágata se cruzam com os nossos e nos impõem o desafio: decifra-me / decifra-te. Gatos é precedido ainda de mais dois paratextos: o primeiro, de Roseana Murray; o segundo, de William Amorim. Roseana Murray alude à metáfora do jogo para elucidar o processo de construção dos poemas: fios, tecidos, sedas, tafetás ora lançados por ela, ora por William Amorim, cada um com a sua linha na agulha, prontos a contar, a recontar e a acrescentar um novo ponto. No fundo a pergunta e o repto lançados por Roseana Murray ao final do seu pequeno paratexto – “Os gatos são decifráveis? Leia o livro para saber!” – já abrem o filão de pensamento de William Amorim que, como psicanalista, incita-nos à surpresa da descoberta de um pouco mais de nós mesmos no enfrentamento dos nossos gatos de linguagem. Por outros termos, é como se o corpo do gato ativasse um fio capaz de alinhavar o texto em palavras: o gato é um devir; é uma linguagem desejante da sua escrita; linguagem obscura que, quando executada, se torna solar não porque decifrada, mas porque transformada em poesia, ou melhor, naquilo que se desvela para tornar a velar… Sobre esse tema específico, considero paradigmáticos estes dois poemas: De madrugada, quando os gatos que te habitam podem sair do seu coração e andar pela casa sem medo, dormes o sono dos justos como se tua última noite. Mas quando os gatos que te habitam retornam cansados ao teu coração de sal e sol, andas pelas ruas insone. (AMORIM, 2019, p.29) E William Amorim prossegue: Mais silencioso que espelho, Mais aventureiro que o tempo, Mais indecifrável que esfinge. Gato, dorso de solidão e carícia, A liberdade é teu segredo. (AMORIM, 2019, p.62) Na página 56, a pergunta inicial de Roseana Murray é reiterada em poema: “Será que dá para decifrar / um gato / […] em língua humana?”. Ora, um gato não pode ser decifrado em língua humana e ambos os autores acabam por responder essa questão. A linguagem não dá conta do real; é dele apenas uma ínfima versão… Todavia, o sujeito-gato que se dramatiza, isto é, que no solilóquio de um discurso amoroso (e não nos esqueçamos de que a experiência do amor requer sempre a luz e a sombra) o sujeito-gato, repito, absorto nas dores e nas delícias de falar de si mesmo ou, se quisermos, de amar a si mesmo, de converter-se ele próprio em ser de linguagem, vê-se de repente assaltado por múltiplas lufadas de pensamento capazes de desviar o seu olhar, mudando, dessa feita, a sua relação com o mundo; alterando, enfim, a sua percepção das ocorrências. O ser e a linguagem não são decifráveis e é por isso que existe uma história da literatura, da arte, da filosofia, da psicologia. Significativamente, deixar que os nossos gatos interiores saiam da sombra e venham à luz é, reitero, uma busca de autoconhecimento. De fato, ao longo daquilo que se conhece por História da Humanidade, nunca deixamos de repetir a todo momento o eco da inscrição à porta do templo de Delfos: “Conhece-te a ti mesmo”. E assim como as explicações do oráculo eram, no fundo, a devolução de um outro enigma, ao tocar o limite da linguagem o homem que se autoanalisa é também ele aquele que desvela para tornar a velar. Na repetição desse processo, joga-se infinitamente o jogo da Esfinge: “Decifra-me ou te devoro”! O complexo de Édipo, motor da psicanálise nascente nos finais do século XIX, aduz, de forma muitíssimo interessante, o que é esse movimento de desvelar para velar outra vez, lusco-fusco, contraste entre claridade e escuridão. Afinal, Freud não explica!!! Ao contrário, Freud e Lacan permitem ao sujeito cognoscente a experiência a um só tempo gozosa e dolorosa do discurso, palavra advinda do termo latino dis-cursus, que é etimologicamente a ação de percorrer diversos lados, de transitar por distintos caminhos. E para tanto
Escola Municipal Professor André Trouche
O que podemos fazer, nós, que não compactuamos com esse governo perverso? Ajudar a formar leitores que não se deixem enganar. Hoje recebi um grupo lindo de professoras da Escola Municipal Professor André Trouche, de Barreto, Niterói, para um Café, Pão e Texto A Escola vai do primeiro ano ao quinto e faz um belo trabalho. Além da Sala De Leitura cada sala possui a sua estante com livros e uma Professora de Arte é quem dirige a Sala de Leitura. Super ativa e criativa, faz saraus, Cafés Literários, atua junto a outros professores. Falei sobre o Calendário Poético e Clubes de Leitura para Professores. Passamos uma manhã de sonho, falando de práticas leitoras, da verdadeira Educação que é a que sensibiliza e transforma o ser humano num ser amoroso e compassivo. Falamos de escuta. Preparei um café com esmero. A temperatura hoje era amorosa também, era linda. Li alguns poemas. Enquanto durou fomos felizes para sempre! Que essa felicidade ocupe os quatro cantos da escola.
Clube de Leitura da Casa Amarela
Neste ano de 2020 o cumpre 10 anos de encontros contínuos. A cada dois meses celebramos: a literatura, os aniversários dos leitores, nossos sonhos, a vida. Hoje, por ser o primeiro dos muitos encontros que teremos , por festejarmos estes 10 anos, havia uma alegria quase sólida. Lucas, o bebê de 7 meses, filho da Bruna, esteve presente pela primeira vez e junto com Maria Rita, filha de Delma, eram a cor mais linda do nosso arco-íris. Maria Rita brinca sozinha durante horas! O livro Ato, Prólogo, Epílogo, da Fernanda Montenegro não poderia ter vindo numa hora mais maravilhosamente propícia: Uma aula de Brasil, desde as origens da Fernanda, filha de imigrantes, passando por toda a história do Teatro, os grandes atores, autores, diretores, companhias. Pudemos falar das imigrações, e obrigatoriamente falar da escravidão. Felizmente nosso grupo não é só de brancos. Falamos dos Subúrbios que no começo do Século XX, eram aprazíveis, cheios de chácaras, árvores, hortas e hoje estão absolutamente degradados. Falamos de como Fernanda carrega a sua história com humildade, as lições que aprendeu, de força e superação. De como durante toda a sua vida não fez nenhuma concessão, antes de tudo, sempre, era a arte. Assistimos maravilhados ao auge do teatro e do cinema, das grandes, divinas atrizes. Passamos pelo filme Central do Brasil, a cara do Brasil. Juan contou que a sua primeira entrevista quando chegou aqui, foi com Fernanda Montenegro. Ela lhe disse : ” Sabe qual a diferença entre um europeu e um brasileiro? O europeu se envergonha de dizer que está feliz. O brasileiro não.” Mas o Brasil mudou de cara. Passamos por tantas coisas neste livro, Getúlio, construção de Brasília, ditadura, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma, mas como poderíamos imaginar que desembocaríamos neste tempo onde artistas são vilipendiados, humilhados? Onde, depois de mergulharmos nesse tempo de construção incessante que nos narra Fernanda, mergulharíamos nesse tempo de pulsão de morte? Mas se Fernanda, com uma vida imensa na bagagem, com todos os reveses que sofreu, ainda está de pé e no teatro, temos, em seu nome, a obrigação de não desistir. O Clube de Leitura da Casa Amarela, mais uma vez foi o ponto de encontro de uma linda tribo da sensibilidade. Jiddu trouxe o seu sebo para cá, cheio de livros excelentes. Veio gente do Rio, de Cabo Frio, de S.Gonçalo, de Teresópolis e Brasília. Vida longa aos aniversariantes de Janeiro e fevereiro, Ângela, Fernando, Samuel e Jiddu. Vida longa ao Clube de Leitura da Casa Amarela. PS: pela primeira vez será lido um livro no Clube de minha autoria: Exercícios de Amor, Ed. Lê e também Sumchi, do Amós Oz. O encontro será no dia 18 de abril.
E.M. Professor Francisco de Paula Achiles
A E.M.Professor Francisco de Paula Achiles, de S.Gonçalo, chegou para o Café, Pão e Texto feito um vento de alegria. Primeiro desceram do ônibus e pararam extasiados olhando a ressaca. O mar estava com ondas monumentais. Eram misturados, gente do sexto ao nono ano e ensino médio. Foram direto para o jardim e ficaram alucinados com a sua beleza. Uma menina sabia reconhecer todas as plantas e falou da sua paixão pelas árvores. Quando voltaram para a varanda começamos com o pão e o café, pois vieram de longe e estavam com fome. A mesa estava linda e era um momento de pura delícia: bolo de fubá, de chocolate e de panetone. Pão caseiro e creme de gorgonzola, kibe de forno, café com leite e sucos. Sulamita, a professora que fez contato comigo, me disse que trouxe os alunos que amam a Sala de Leitura. É depois do café vieram os textos. Lemos muitos poemas, apresentei meus livros novos, falei sobre a feitura de cada um, eles leram poemas deles, me contaram como era a escola, falamos sobre absolutamente tudo, a vida, o mundo. Uma aluna faz Slam e falou um poema incrível. Eram pulsantes, vivos, desejantes ,carinhosos e cuidadosos uns com os outros. Algumas alunas leram por mim alguns poemas, pois já eu já estava sem voz. Liam muito bem. As professoras emanavam orgulho do belíssimo trabalho que fazem com estes jovens. Perguntei até que horas podiam ficar e me responderam: Até sempre. Ninguém queria ir embora! A gente sabe quando a escola faz um lindo trabalho. As crianças e jovens são o sintoma da escola. Estes jovens são maravilhosos. A escola e as professoras estão realmente de parabéns. Eu me apaixonei por eles. Mas acho que a paixão foi recíproca.
Clube de Leitura da Casa Amarela
Hoje mergulhamos no mundo cigano, na Andaluzia do Século XVIII, no âmago desse povo nômade e perseguido, quase inteiramente destruído , sobrevivente de chacinas, encarceramento, expulsões e sempre com a liberdade como bandeira e com sua música e dança como alimento. O livro é teatral ao extremo e seus personagens apaixonantes. A escrava Caridad, a menina Milagros, o velho Melchor, a curandeira Maria, o Frei Joaquim, cada um exercendo um papel impressionante nesta trama folhetinesca. Muitas questões foram colocadas: Um dos clãs, os Vegas, não se entregaram aos “payos” para garantir a sua sobrevivência. Mas os Garcías de certa maneira se assimilaram e traíram as suas raízes . É válido fazer esse pacto? Até onde se pode ir? No livro há de tudo: Um cenário histórico maravilhosamente documentado, a sujeira, a hipocrisia da Igreja, dos nobres, a corrupção. Paixões, amizade, lealdade, traição, vingança, roubos, assassinatos, contrabando. E um amor tão belo quanto improvável de uma ex escrava com um velho cigano. Todos amaram o livro. A história dos ciganos representa, de alguma maneira, todas as perseguições aos “diferentes” Muitos leitores tinham alguma memória da infância onde os ciganos se faziam presentes. O cenário do Clube hoje era luxuriante. Um lugar belíssimo na zona rural de Saquarema. Recebemos novos leitores, grande alegria. O grupo, tão diverso, é um luxo. Os anfitriões eram impecáveis em sua gentileza. E o almoço divino. O próximo encontro será dia 1 de fevereiro e o livro será Prólogo, Ato, Epílogo, de Fernanda Montenegro.
Poemas Falados 003 | Maria Fumaça Cheia de Graça

Ouça um poema da escritora Roseana Murray, do livro Maria Fumaça Cheia de Graça | Delírios Edições Digitais