Ontem nosso encontro do Clube de Leitura foi cheio de surpresas. Recebemos muitos hóspedes novos para discutir Morte e Vida Severina do João Cabral e Sagarana do Guimarães Rosa.
Às 10 horas a mesa da varanda já estava pronta, 3 mesas juntas, onde se sentariam 24 pessoas. A temperatura estava amena, o dia lindo. E começaram a chegar os convidados. Hélio e Fernando, Edith Lacerda, pela primeira vez no Clube e Maria Clara. Chegaram as duas Ângelas. Isabela e Adelaide, mãe e filha, primeira vez no Clube. Chico Perez, nosso vereador poeta, Felipe e sua amiga-quase-namorada Gisele, Gil de cabelo afro, Aline, (a filha do Samuel, aniversariante ontem, nosso jardineiro e Vanda, nossa caseira), entrou para o Clube e estava linda e eufórica, era a sua primeira experiência do gênero. Chegaram Flora e Héctor.
Começamos sem o Professor Ivo que chegou logo depois com Rejane e Carmen Regina.
Leila me telefonou do Rio, inconsolável: quando foi estacionar seu carro na Rodoviária do Rio, o vidro explodiu e não podia deixar o carro estacionado sem vidro, então não veio.
Começamos com uma leitura em voz alta do maravilhoso trecho do livro que o Chico Buarque musicou e então destacamos os trechos que mais impactaram cada um. Gil falou da sua avó retirante. Maria Clara e Edith falaram da beleza dos ofertórios, os presentes da terra que era oferecido ao recém-nascido. Juan falou da beleza do que é feito com as mãos. Falamos da morte nômade e do final esplêndido em que a vida vence a morte. Falamos do título: não é Vida e Morte, mas sim Morte e Vida. Falamos do nome Severino usado como adjetivo.Fernando falou da vida “severa” que vem de Severino. Aline falou que era uma grande lição: quando se pensa que tudo está perdido vem a vida e nos oferece outra vida.
Já íamos começar a discutir os contos do Sagarana quando chegou a grande surpresa que guardei no fundo da boca, não contei para ninguém. Felipe começava a ler o conto Fita Verde no Cabelo quando chegaram Ana Cristina, Cristiano Mota e Ronaldo Mota. Os dois foram do grupo Hombu. Eles são um duo que canta Guimarães Rosa e trouxeram o violão. Aí pronto, foi uma aula de Guimarães Rosa recheada de canções.
Impossível escrever tudo o que falamos e ouvimos. Foi uma cachoeira de Guimarães, um grande mergulho.
Ana Cristina trabalha no SESC Teresópolis e também é cantora. Eles foram trazidos pelas mãos do Carlos Dimuro que não veio, mas nos deu este presente ao saber que discutiríamos Sagarana.
Messias, nosso amigo mais do que amado, foi o grande ausente. Mas o vento maravilhoso que soprava ontem, foi um pedido especial do Messias. Ele, como a Menina de Lá do Guimarães, faz muitos milagres.
Quando passamos para a mesa, já estávamos mais do que alimentados, mas a Vanda fez uma comidinha bem da roça no fogão de lenha onde era servida: um arroz maluquinho com muitas surpresas dentro, feijão mulatinho com paio e linguiça e farofa de couve e ovo. Na mesa pães feitos por mim, azeite, vinho, salada de trigo sarraceno.
De sobremesa a torta de aniversário do Samuel., pudemos cantar o parabéns com Ronaldo Mota no violão.Flora e Hélio trouxeram pudim.
Nosso próximo encontro será dia 27 de abril e o livro: O Físico, do Noah Gordon . Pedi que todos tragam poemas árabes da Idade Média.