Neste ano de 2020 o cumpre 10 anos de encontros contínuos. A cada dois meses celebramos: a literatura, os aniversários dos leitores, nossos sonhos, a vida.
Hoje, por ser o primeiro dos muitos encontros que teremos , por festejarmos estes 10 anos, havia uma alegria quase sólida.
Lucas, o bebê de 7 meses, filho da Bruna, esteve presente pela primeira vez e junto com Maria Rita, filha de Delma, eram a cor mais linda do nosso arco-íris.
Maria Rita brinca sozinha durante horas!
O livro Ato, Prólogo, Epílogo, da Fernanda Montenegro não poderia ter vindo numa hora mais maravilhosamente propícia:
Uma aula de Brasil, desde as origens da Fernanda, filha de imigrantes, passando por toda a história do Teatro, os grandes atores, autores, diretores, companhias.
Pudemos falar das imigrações, e obrigatoriamente falar da escravidão.
Felizmente nosso grupo não é só de brancos.
Falamos dos Subúrbios que no começo do Século XX, eram aprazíveis, cheios de chácaras, árvores, hortas e hoje estão absolutamente degradados.
Falamos de como Fernanda carrega a sua história com humildade, as lições que aprendeu, de força e superação.
De como durante toda a sua vida não fez nenhuma concessão, antes de tudo, sempre, era a arte.
Assistimos maravilhados ao auge do teatro e do cinema, das grandes, divinas atrizes.
Passamos pelo filme Central do Brasil, a cara do Brasil.
Juan contou que a sua primeira entrevista quando chegou aqui, foi com Fernanda Montenegro. Ela lhe disse : ” Sabe qual a diferença entre um europeu e um brasileiro? O europeu se envergonha de dizer que está feliz. O brasileiro não.”
Mas o Brasil mudou de cara.
Passamos por tantas coisas neste livro, Getúlio, construção de Brasília, ditadura, Collor, Fernando Henrique, Lula, Dilma, mas como poderíamos imaginar que desembocaríamos neste tempo onde artistas são vilipendiados, humilhados?
Onde, depois de mergulharmos nesse tempo de construção incessante que nos narra Fernanda, mergulharíamos nesse tempo de pulsão de morte?
Mas se Fernanda, com uma vida imensa na bagagem, com todos os reveses que sofreu, ainda está de pé e no teatro, temos, em seu nome, a obrigação de não desistir.
O Clube de Leitura da Casa Amarela, mais uma vez foi o ponto de encontro de uma linda tribo da sensibilidade.
Jiddu trouxe o seu sebo para cá, cheio de livros excelentes.
Veio gente do Rio, de Cabo Frio, de S.Gonçalo, de Teresópolis e Brasília.
Vida longa aos aniversariantes de Janeiro e fevereiro, Ângela, Fernando, Samuel e Jiddu.
Vida longa ao Clube de Leitura da Casa Amarela.
PS: pela primeira vez será lido um livro no Clube de minha autoria: Exercícios de Amor, Ed. Lê e também Sumchi, do Amós Oz.
O encontro será no dia 18 de abril.