Clube de Leitura da Casa Amarela

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Ler O Mundo se Despedaça de Chinua Achebe é fazer uma viagem no tempo até Umuófia, uma Vila Igbo, antes da chegada do branco.

Conhecer toda a estrutura econômica (baseada nos inhames), os costumes religiosos, os Deuses, o Chi, que é uma espécie de Deus pessoal, interno de cada um, seria a força de cada um Conhecer no corpo e na alma, é o que a literatura faz.

É uma viagem impressionante até o som dos tambores, a força que o clã dá a cada um com sua teia de amizades, famílias, parentescos.

Presenciamos as festas de casamento, os banquetes, a saída dos ancestrais cobertos de ráfia, com seus recados severos. Essa sociedade possui uma argamassa feita de memória, de pontes entre os vivos e os mortos, de provérbios e histórias.

A magia permeia cada pequeno ato do cotidiano.

Não existe nenhuma separação entre o sagrado e o profano.

O poder e a força dos homens, o cultivo dos inhames feito por homens, as histórias contadas pelos homens, de guerras e violência e as histórias das mulheres, cheias de humor, imaginação e delicadezas, as plantações de verduras, plantações feminas faz
a separação da sociedade entre homens e mulheres, separação absoluta. Como visitante de Umuófia, prefiro ouvir as histórias das mulheres.

As leis do clã eram severíssimas e o pior que poderia acontecer era a sua desobediência. As punições eram terríveis, a morte ou o exílio.

O Oráculo tinha uma função impressionante e suas falas eram obedecidas.

A cena da mulher-oráculo carregando a menina doente nas costas para levá-la até a gruta mágica onde ninguém

pode entrar, para curá-la, me leva junto, no escuro da noite.

Então entrou o branco colonizador. E despedaçou esse mundo.

E Janir, uma das nossas leitoras, disse, com a sua delicadeza de anjo:
“Um preto vai ler esse livro como preto. Um branco vai ler esse livro como branco.

Felizmente temos pessoas pretas nesse grupo, que não nos deixam esquecer que combater o racismo, a dor diária dessa doença insana, é tarefa diária.

Então comemos uma comida bem brasileira, preparada pelas mãos de fada da Vanda: arroz de carreteiro, feijão, couve , batata , e para dar um toque africano, cuscuz marroquino, tudo regado a vinho. E no final bolo
Obrigada a cada um dos presentes:
Edith, Cristiano, Ana, Jiddu, Delma, Heloísa, as crianças Bia e Maria Rita, Adelaide, Maristela, Janir, Vilma, Christian, Belle, Maria Clara, Gilcilene e Flora.
E Samuel e Vanda, meus anjos guardiães.