A beleza de receber Professoras e um Professor, da 8° CRE, da E.M.Bangu e outras, (o Professor e uma Professora eram da 7° CRE) nos arredores, foi ímpar. Porque todos trabalham em Salas de Leitura e os depoimentos me deixaram mergulhada nas águas verde esmeralda da esperança.
Uma Professora da Comunidade do Sapo, em Senador Camará, me contou que o trabalho com os alunos é de sensibilização com literatura. Dar a eles voz e palavras, apesar da dureza do cotidiano, dar a eles um lugar de reconhecimento e auto-estima através dos livros. A Sala de Leitura é este oásis. Fazer todo o possível para que sigam estudando e não repitam o destino de tantos jovens sem destino.
Me contaram que as Salas de Leitura inventam projetos que envolvem todas as matérias e as famílias. Há uma Roda com Mães. Numa escola, uma vez por semana tudo para num determinado horário para se ler um poema em voz alta. O mesmo poema é lido em todos os lugares, até na cozinha para as merendeiras. Ou os Professores leem, ou um aluno pede para ler.
Senti nessas Professoras e no único Professor, uma responsabilidade frente a cada aluno, uma garra, uma paixão sem fim. Os que estiveram aqui, neste 3 de setembro para dividir o pão comigo, tinham histórias belas para contar. Trabalhar dentro de Comunidades onde a polícia entra matando, é um ato de amor tão monumental. Quem esteve comigo aqui hoje sabe que a literatura é instrumento de transformar vidas de verdade. De dar fôlego e alento.
O que posso dizer? Que me comoveram até a medula.