O encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela é sempre uma festa.
Uns chegam, outros somem, alguns voltam, mas o Clube resiste desde 2010 e é sempre maravilhoso estarmos juntos em volta de um ou dois livros.
Os livros indicados eram De Repente nas Profundezas do Bosque, de Amós Oz e Momo, de Michael Ende.
Os dois livros se entrelaçam. Intolerância, exclusão, medo, culpa, na belíssima fábula do Amós Oz, tema mais do que urgente.
Em Momo, toda a questão da escuta e do tempo.
Os dois livros são atualíssimos. Nos dois são as crianças que podem nos resgatar.
Os livros foram amados por todos, lidos, relidos, sublinhados e são tesouros que jamais nos abandonarão.
Além dos temas, a escrita das duas fábulas, cada autor com seu estilo, são puro deleite.
Uma fábula tem o dom de ser atemporal.
Se “de repente nas profundezas do bosque” trabalha completamente no simbólico, nessa aldeia de onde todos os animais foram embora, e os personagens são, cada um, preciosos, em “Momo”, tudo se passa na cidade e o que são os homens cinzentos, o que representam, fica por conta de cada leitor.
Pedi que cada um trouxesse um poema sobre o tempo, de qualquer poeta.
Trouxeram Cecília, Fernando Pessoa, Neruda, Drummond, Rubem Alves e até Roseana Murray.
E o almoço que a Vanda Oliveira preparou no fogão de lenha era pura poesia! E os vinhos, a torta dos aniversariantes, a champagne, a música do mar, tudo era amor e dádiva.
A todos os que aqui estiveram e vieram de perto e de longe, agradeço tanto! Aos que não puderam vir o meu desejo imenso de que possam estar aqui no dia 8 de dezembro com O Livro dos Abraços, do Eduardo Galeano e um poema do Juan Gelman.
Em tempos incertos, só a amizade e a literatura, o aconchego dos abraços pode nos consolar.