Hoje o encontro do Clube de Leitura da Casa Amarela foi uma grande celebração.
De muitas coisas.
Do Prêmio Comunique-se que o Juan Arias ganhou. De termos Marijose Sanchez de Arias, nossa sobrinha de Granada e sua amiga Loli Ortiz Lirola na casa.
De celebrarmos Antonia, ainda na barriga da mãe Carol, mulher do Felipe Lacerda, que é leitor do Clube desde o seu começo.
Celebramos também o aniversário da Vanda Oliveira, meu anjo da guarda, do Chico Peres e da Adelaide Vidal.
Discutir o Livro dos Homens de Ronaldo Correia de Brito não é tarefa nada fácil.
Começamos pelo primeiro conto mas logo, feito uma enxurrada, os contos iam se atropelando como a água nas pedras e era impossivel conter cada conto em suas margens.
Cada conto tem a sua crueldade e beleza. A morte é personagem constante. Atravessam os contos do primeiro ao último.
Os contos são cinema, puro Glauber Rocha, diz Máximo, cineasta italiano. E aproveita para comparar o Sertão com a Sicília, com seus códigos de honra.
Cristiano Mota Mendes nos fala da diferença do sertão de Ronaldo e de Guimarães Rosa.
O sertão de Ronaldo é seco, nos remete a Graciliano.
Cesar Alves nos traz semelhanças entre personagens de sua aldeia natal com alguns personagens.
Bruna aponta a questão feminina.
Maria Clara fez uma pesquisa exaustiva sobre o nome de cada personagem, nomes que já trazem em seu bojo muitos significados. Uma descoberta maravilhosa.
E fomos, pulando de conto em conto sem saber qual o mais impressionante, cada pessoa com o seu preferido.
É um livro magistral.
E a discussão em grupo foi alargando, ampliando os significados. Como se junto com a Carol, fossemos engravidando também.
Cada conto com a sua extrema beleza, às vezes uma beleza terrível.
Ronaldo é um arquiteto. Nada é ao acaso.
Recomendo este livro com fervor. E não é um.livro fácil.
Juan nos diz que as grandes obras se inspiram no local , na aldeia. Parte do pequeno para o Universal. Não por acaso cultura significa cultivar a terra.
E de repente a surpresa que Ângela preparou para comemorar os sete anos do Clube:
Cada pessoa leu um poema de minha autoria.
Até minha tia Alice se levantou e leu.
Fiquei absurdamente emocionada. Não podia acreditar, pois eu havia indicado Ana Cristina César, mas sem eu saber, fui a poeta escolhida.
O almoço foi magnífico.
Eu havia pedido que todos trouxessem fraldas para Antonia. E realmente fizemos uma montanha de pacotes de fraldas.
Nosso próximo encontro será dia 2 de dezembro.
O livro é Terra sem Mapa de Ángel Rama.
O poeta é Antonio Machado.
Casamento perfeito.