Café Freudiano em Joinville com William Amorim e Roseana Murray

O encontro marcado com o Amor e o Corpo no Café Freudiano de S.Luis fora de S.Luis, mais precisamente em Joinville, na Casa do Capitão foi indescritivelmente belo. Com a produção amorosíssima da Silvane Silva e do dono da Casa, o José, a senha era mesmo o amor, para nos fortalecer, para nos ajudar a viver. Para minha surpresa, Gloria Kirinus veio de Curitiba. Amigos do William Amorim também vieram de Curitiba ao nosso encontro. A abertura com a cantora Ana Paula da Silva, absolutamente magnífica, de uma beleza rara, a sua voz, o seu talento, a sua presença no palco, quando ao dizer que dedicava naquele momento as canções para Marielle e Carolina de Jesus. William contou para a plateia como era o funcionamento do Café Freudiano no Maranhão e o sucesso que é misturar psicanalise, literatura e música. Numa fala esplêndida e impactante onde desconstrói o mito do amor romântico, William nos fez rir e quase chorar, intercalando poemas da Hilda Hilst e trechos do seu livro de ensaio O Amor em uma Aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, uma abordagem psicanalítica. A fala do William constrói essa ponte divina entre a psicanálise e a literatura, nos mostrando as armadilhas que o inconsciente nos estende quando se trata de amor. William ressalta que no divã do analista o tema amor é sempre recorrente: se ama demais, se ama de menos, se ama errado, se ama mortalmente… Então chegou a vez de apresentar meu livro Corpo e Amor e falar da sua feitura e ler alguns poemas. O mais belo café estava servido. E uma pessoa, um homem, enquanto eu tomava um café, se aproximou de mim e me disse o quanto tinha amado os meus poemas e guardou em seu bolso alguns versos… Que esses encontros se multipliquem, pois não existe nada mais erótico do que o pensamento criativo, que nos conduz a novos lugares, nos faz reavaliar conceitos rígidos, gastos. Para quem acredita em Deus, a inteligência é um dom divino, pois nos permite grandes construções onde cabem ao mesmo tempo o sol e a lua. Não existe nada menos parecido com o amor verdadeiro, esse grande milagre, do que a rigidez, a exclusão, as frases feitas. O silêncio criativo é um silêncio vital onde o amor é soberano. O silêncio das frases feitas que nada dizem, só perpetuam a intolerância. É um silêncio mortal. E simplesmente, nesse momento tão duro, Viva o Amor!